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Abelhas: ataques de virus e ácaros é mais grave que o pensado. Publicado primeiro estudo abrangente nos EUA

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Imagem: Wikemedia

Por Alcides Fariaalcides-ecoa.

Esta é uma tradução resumida e livre, sem buscar literalmente o conteúdo, de material da Science Daily. Os links das publicações originais estão no final do texto.

 

Estados Unidos.

Primeiro estudo abrangente de vários anos sobre parasitas e doenças de abelhas revela tendências preocupantes, segundo pesquisadores.

– Próxima etapa é analisar os efeitos dos pesticidas.

– A infestação do varroa, um ácaro, é mais grave do que se pensava.

– Foram identificas ligações com a propagação de doenças virais

– Texto do Science Daily (26 de abril de 2016) traz informações da pesquisa realizada pela Universidade de Maryland e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

– O ácaro varroa (dark red) alimenta-se principalmente de larvas de abelhas, mas espalha-se de colmeia a colmeia através de abelhas adultas. Eles transmitem doenças, incluindo vários vírus debilitantes.

 

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As colônias de abelhas nos Estados Unidos estão em declínio, em parte devido aos efeitos nocivos de vorazes ácaros, parasitas intestinais, de fungos e uma grande variedade de vírus debilitantes. Pesquisadores da Universidade de Maryland e do Departamento de Agricultura dos EUA concluíram recentemente o primeiro estudo abrangente de parasitas de abelhas e doenças como parte da Pesquisa Nacional de Doenças das Abelhas (Honey Bee).
Os resultados, publicados online na revista Apidologie, em 20 de Abril de 2016, fornecem uma importante linha de base –
de cinco anos – para acompanhar as tendências futuras.

As principais conclusões mostram que o varroa, uma das principais pragas das abelhas, é muito mais abundante do que se supunha anteriormente e está intimamente ligado a vários vírus.

Além disso, os resultados mostram que a doença chamada Chronic Bee Paralysis Virus, anteriormente rara, tem aumentado sua prevalência desde que foi detectado pela primeira vez pela pesquisa, em 2010.

“Nosso estudo é o primeiro que fez um levantamento sistemático para estabelecer linhas de base das doenças e assim poder acompanhar as mudanças na prevalência destas ao longo do tempo”, disse Kirsten Traynor, pesquisador de pós-doutorado em entomologia e principal autor do estudo. Afirma ainda que algumas tendências preocupantes indicam que os parasitas influenciam fortemente a prevalência viral.

Os resultados foram alcançados com base em pesquisa com apicultores e amostras de colônias de abelhas de 41 estados e dois territórios (Porto Rico e Guam) e teve uma duração de cinco temporadas – 2009 a 2014.
O estudo analisou dois parasitas principais que afectam as abelhas produtoras de mel: o ácaro varroa e o fungo nosema, este um parasita que afeta o sistema digestivo da abelha. O estudo descobriu tendências anuais claras na prevalência de ambos os parasitas, com infestações por varroa tendo pico no final do verão ou no início do outono e o do nosema no final do inverno.

Foram constatadas diferenças notáveis ​​na prevalência de varroa e nosema entre colmeias que viajam em caminhões e as estacionadas nos apiários. As transportadas por todo o país, a cada verão, de caminhão, para polinizar uma variedade de culturas, apresentaram níveis mais baixos de varroa em comparação com as estacionadas. No entanto, o inverso acontecia para o fungo nosema, com uma incidência relativa menor nas colmeias estacionadas.
Além disso, mais de 50 por cento de todas as amostras tinham altos níveis de infestação de varroa no início do inverno – um momento crucial quando as colônias estão produzindo para sobreviver com pólen armazenado e mel.

“Nossa maior surpresa foi o alto nível de varroa, especialmente no outono, e em colônias bem geridas e cuidadas por apicultores que tomaram medidas para controlar os ácaros,” disse o co-autor do estudo, Dennis vanEngelsdorp, um professor assistente de entomologia. “Sabíamos que o varroa era um problema, mas parece ser ainda maior do que se pensava anteriormente. Além disso, sua capacidade para espalhar vírus é mais grave do que se suspeitava……
O estudo atual fornece a validação crucial, baseada em campo, da ligação entre a varroa e vírus”.

“Nós sabemos que o varroa age como um vetor para viroses . Os ácaros são basicamente agulhas hipodérmicas sujas”, disse Traynor. “A dieta principal para os ácaros é o sangue das larvas de abelhas em desenvolvimento. Quando a abelha emerge, os ácaros passam para a célula larval mais próxima, trazendo vírus com eles. O varroa também pode espalhar vírus entre as colônias. Quando abelhas se alimentam em uma flor os ácaros podem passar de uma uma para outra e infectar uma nova colônia inteira”.
O nosema é um parasita intestinal fúngico que parece ter uma relação mais matizada com os vírus de abelhas. A infecção com nosema se correlaciona fortemente com a prevalência de alguns virus.

Alguns vírus não parecem estar associados com varroa ou nosema. Um exemplo é o que provoca a “paralisia crônica das abelhas” – elas perdem o controle motor e morrer dentro de dias. Este vírus foi detectado pela primeira vez pela pesquisa nos EUA em 2010. Naquela época, menos de 1 por cento de todas as amostras apresentadas para estudo testaram positivo para o vírus. Desde então, a prevalência praticamente dobrou a cada ano, atingindo 16 por cento em 2014.

Traynor disse que “as pessoas que entram em apicultura precisam saber que ela requer manutenção”.

Os parasitas e as doenças são grandes causas do declínio da saúde das abelhas produtoras de mel, mas existem outros fatores. Os pesticidas também estão relacionados com o declínio das colônias.

O próximo passo será fazer uma avaliação de base semelhante para os efeitos dos pesticidas, segundo vanEngelsdorp: “Nós temos vários dados de vários anos e assim que tivermos terminado as análises, estaremos prontos para contar essa parte da história também”.

O trabalho foi apoiado pelo Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department of Agriculture’s Animal and Plant Health Inspection Service).

Exceto as imagens, você acessar os materiais providos pela University of Maryland.
Science Daily.

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