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Brasil das aves: Um dia no Sesc Pantanal

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Nascer do sol no rio Cuiabá. Foto: Zé Edu Camargo

Acho que ninguém pensou ainda em uma lista dos melhores lugares para o birding no Brasil. Mas em nenhuma delas deveria faltar o Pantanal. A alta concentração de fauna em geral (e da avifauna em particular), os espaços amplos e abertos, a possibilidade de encontrar espécies de diferentes biomas (como Amazônia, Cerrado e até Mata Atlântica) são atrativos irresistíveis.

Para gente de boa parte do país, no entanto, Pantanal remete a um lugar longe e inacessível. Nada mais falso. A duas horas de carro de Cuiabá, a capital de Mato Grosso, o hotel Sesc Pantanal permite desfrutar as belezas dessa região sem abrir mão de conforto e segurança. E fica numa excelente região para a observação de aves. O Sesc mantém uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) que conserva uma enorme área. Este ano, durante uma viagem a trabalho para Cuiabá, tirei um dia para passarinhar no hotel. Saí da capital no meio da tarde e cheguei ao hotel no entardecer. A rodovia (asfaltada) que liga Poconé ao Sesc, na região de Porto Cercado, não leva o nome de estrada-parque à toa. Nas margens já é possível observar, do carro mesmo, diversas aves que procuram os campos e plantações: marrecas, tapicurus, gaviões.

Um dia de birding por lá começa antes do sol nascer. Ainda de madrugada, saí com o guia do hotel e mais alguns turistas para um passeio de barco pelo rio Cuiabá. Com um farolete, o guia procura por aves noturnas, como bacuraus e urutaus. Já no alvorecer, encontramos tachãs, garças-reais e um bando de jacutingas-de-garganta azul.

Depois do café (e de uma chuva que apareceu do nada), parti para um dia de birding solo. Na verdade, o entorno do hotel é tão rico que, mesmo para quem não tem muita experiência, encontrar as aves não se mostra uma tarefa difícil. Passei a manhã percorrendo a pé a estrada asfaltada ao lado do hotel, que atravessa áreas de vegetação baixa e alagada. Usando o playback, consegui boas fotos do bentevizinho-do-brejo, de caturritas, graveteiro, sabiá-gongá e do coleiro-do-brejo.

À tarde, depois do almoço, explorei (também a pé) a estrada de terra que leva à Baía das Pedras, uma outra unidade do Sesc. Ao longo da estrada há um cerradão alto, com alguns trechos de mata alagável. Fiz um grand-slam de martins-pescadores (a expressão é minha), com o martim-pescador-grande, o martim-pescador-verde, o martim-pescador-pequeno e o (mais raro) martinho. Na estrada também encontrei um casal de curiós, comprovando que a área é muito bem-preservada.

No final, a conta era fantástica: mais de 30 lifers, fora aqueles que escutei e não consegui avistar, como o arapaçu-de-garganta-amarela e o saci. Isso em apenas um dia. O que você está esperando?

Fonte: NG Brasil

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