Porto Amolar

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Foto: Sérgio

Localizada a 206 quilômetros ao norte da cidade de Corumbá (MS), no sopé da Serra do Amolar, na margem direita do rio Paraguai, entre a comunidade do Paraguai-Mirim e a da Barra do rio São Lourenço. O acesso é possível por barco ou avião, pois possui um pequeno campo de pouso.

Além das casas familiares nesta localidade também está a base da organização não governamental ECOA, a qual é intensivamente utilizada para trabalhos ambientais e sociais na região e para pesquisas.

Criada há mais de 150 anos, a comunidade é conhecida como uma vila onde existia comércio de peles de animais silvestres, de látex de mangaba (Hancornia speciosa), de gado e de charque. Atingiu seu auge “econômico” na década de 1960 (Bortolotto, 2005 – não publicado). Uma comprovação disso está nas ruinas ainda existentes de uma antiga casa de comércio. Até hoje é um ponto de referência para embarcações, tanto freteiras comerciais como para barcos-hotéis de turismo, sendo que a maior movimentação acontece no período em que a pesca pode ser realizada – de março a novembro (Almeida e Da Silva, 2012).

Com a proibição da caça e do comércio de peles de animais – até a década de 1980, milhões de jacarés eram mortos no Pantanal para comercialização de suas peles – e a chegada de um longo período de águas altas a partir da década de 1970, o número de famílias foi diminuindo, restando somente quatro delas. A rigor vivem apenas nove pessoas no Porto, pois apesar de as famílias terem de quatro a cinco membros, os filhos foram enviados a cidade para estudar.

Todos são nascidos na localidade e apesar de terem familiares e casas em Corumbá, nunca viveram em outras localidades. Possuem algum gado que pasteja nas encostas da Serra e fazem plantios para subsistência de mandioca, de abóbora e de milho. Coletam mel e também realizam o extrativismo vegetal, dentre eles o da seiva do jatobá (Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne) e o arroz selvagem (Oryza latifolia Desv. e Oryza glumaepatula Steud). A renda familiar é de aproximadamente mil reais, o que lhes permite um padrão de vida melhor que o de outras localidades do Amolar.

As casas são de alvenaria, possuem fossa sanitária e gerador de energia a diesel. Um dos moradores possui uma placa solar. A água é retirada do rio, ou via coleta da água da chuva e em ambos os casos fazem tratamento com pastilhas de cloro.

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